Recursos+Humanos

Esses dias realizando um processo seletivo me deparei com dois candidatos que me chamaram muito a atenção.

Um deles era uma jovem de 27 anos, mãe de uma criança de 1 ano e 7 meses.

A entrevista foi por vídeo chamada. Enquanto estava sendo entrevistada seu filho acordou, e começou a chorar. Ela me pediu licença e foi pegá-lo. Voltou com o bebê e perguntou se teria algum problema continuar a entrevista com seu filho no colo.

Minha resposta foi: Claro que não! E nesse momento a criança virou para a câmera e deu o sorriso mais lindo que presencie nos últimos dias. Se ela será aprovada? Ainda não sei, pois, essa contratação não depende de mim. Mas a atitude dela fazer a entrevista com uma criança no colo eu posso ou não aprovar e, com certeza, APROVEI. Ela deu a entrevista com amor e, por amor, “ao filho”.

O segundo candidato também foi um jovem. Ao perguntar em que bairro morava ele me disse: não tenho casa, moro com minha família em um abrigo, tem algum problema? A minha vontade era responder: Sim, tem problema. Tem problema saber que infelizmente muitos, assim como você não têm um lar, e isso é inadmissível, pois o mínimo que todo brasileiro deveria ter era uma casa para se abrigar.

Mas não disse isso a ele. Porém, respondi sua pergunta: Não, não tem nenhum problema para mim você morar em um abrigo. Eu preciso de alguém que corresponda com a exigência da vaga e você, corresponde.

Ele será contratado: Ainda não sei, pois o processo seletivo está em andamento. Mas torço para que consiga uma recolocação o quanto antes.

Essa profissão me ensina a cada dia que ter “Recursos” e não ser “Humanos” invalida a nomenclatura. Por isso tenho dito: “Seja parecido o suficiente para ser comparado, mas, diferente o suficiente para ser escolhido.”